
Campanha de BRIGA em Compostela por umha sexualidade plena

Abril de 2005
A nossa cidade leva sendo durante séculos umha das covas privilegiadas do integrismo católico-romano, guarida de honor para seitas reaccionárias e aliadas da direita e do fascismo golpista como é o caso do OPUS DEI, e refúgio cómodo e quentinho para os centos de curas e eclesiásticos que desfrutam do seu soldo parasitário sem se ensujar a sotana, sem ter nem ideia do significado da palavra "trabalho". A peste a clericalismo clientelista e direita corrupta é facilmente detectável, desde o bairro da Estila até a universidade, desde Sam Caetano até as aulas e gabinetes, nos postos concedidos por vontade divina (a dedo), a cámbio de favores e amiguismos.
Seguindo a tónica histórica habitual, a Igreja espanhola foi, é e seguirá a ser umha aliada estratégica da direita e das forças reaccionárias. Foi-no durante o franquismo, e segue a sê-lo nesta mal chamada democracia. Umha prova desta coincidência ideológica encontramo-las nas recentes declaraçons da Conferência Episcopal Espanhola em que rechaçava o uso do preservativo. O patriarca do PPdG, Fraga Iribarne, nom demorou nem 24 h em se somar ao carro dos respeituosos da Lei de Deus, fazendo declaraçons em que se posicionava em contra do emprego do preservativo, mostrando assim o enfermiço puritanismo católico que fai parte das posiçons irrenunciáveis do PP. Mas esta coincidência do binómio Igreja-direita abarca umha postura comum em relaçom à sexualidade no seu conjunto: A condenaçom das relaçons homossexuais, das relaçons sexuais extraconjugal, dos métodos anticonceptivos, do desfrute livre e sem restriçons do próprio corpo, som linhas gerais que unem um mesmo discurso: O da direita e o da Igreja espanholas. A sacralizaçom do patriarcado, da misoginia, da repressom sexual, da homofobia, som os resultados desse discurso.
Também na própria cidade podemos observar a onde leva a aplicaçom prática de um outro discurso, que se bem parte de umha imagem diferente, nom atinge a solucionar nengum dos problemas actuais: A inexistência de políticas do governo PSOE-BNG em matéria de educaçom e informaçom sexual para a mocidade permitem a proliferaçom de gravidezes nom desejadas, de novos contágios por doenças de transmissom sexual que poderiam ter-se evitado. Por enquanto, centros como o COF (Centro de Orientaçom Familiar) atrevem-se a manter tratos vejatórios e humilhantes às mulheres que acodem a solicitar a pílula do dia despois, farmácias como a que se encontra no cruze da Av de Coimbra e a de Santa Clara negam-se a vender preservativos, mostrando que o discurso da Igreja e da direita nom fica só nos meios de comunicaçom, mas também em estabelecimentos e instituiçons.
A gravidade de factos como estes leva a BRIGA a fazer um chamamento a luitar contra as posiçons da reacçom, contra essa linha de argumentos fáceis, falsos, hipócritas que esgrimem contra nós ao acussar a juventude de "aloucada" de "faltar-lhe cabezinha". À hora de estabelecer direitos e deveres, começam sempre polos últimos: Deves carregar com um trabalho de merda que te deixa com o tempo justo para comer, dormir e consumir produtos; mas o direito a viver com normalidade e de jeito livre o teu corpo, a tua sexualidade, nom o tés. Imponhem-nos desde fora qual é a prática correcta, o caminho a seguir, bem marcado e sem te desviares. A nossa organizaçom nom pensa tolerar situaçons como as do COF, como já se demonstrou com a acçom levada a cabo há umhas semanas, e assinalará aos culpáveis e perpetuadores desta situaçom sem duvidá-lo um segundo, estiverem onde estiverem.