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Actualizada em
14/01/14
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Greve geral em Guadalupe assinala-nos o caminho a seguir

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Março de 2009

Após um mês de mobilizaçons, paro generalizado, enfrentamentos com a polícia de choque francesa, o assassinato dum sindicalista e distúrbios continuados; o gabinete de governo de Nicolás Sarkozy veu-se obrigado a reunir-se com @s dirigentes guadalupin@s para atingir acordos que mitiguem a grave crise estrutural que a classe obreira do país está a sofrer.

O défice alimentário, a suba imparável dos combustíveis, os baixos salários, o racismo e a exclusom social contra a maioria negra da populaçom fôrom os detonantes de quatro semanas de luita exemplar, refrendada pola prática totalidade dos sindicatos, partidos políticos e movimentos sociais da ilha. A burguesia guadalupina, conhecida como békés (brancos descendentes dos colonos escravistas) domina a economia constituindo apenas o 1% da populaçom, e menos de 10 famílias controlam os monopólios de gasolina, as grandes superfícies e os negócios de importaçom e exportaçom, onde fixam os preços ao seu antolho.

Desde o 20 de Janeiro o governo de Sarkozy tentou reprimir sem êxito umha explossom de raiva social a todas luzes incontrolável, que se saldou com à roda de 50 detid@s (vários menores incluídos), dúzias de veículos incendiados, comércios e supermercados békés atacados e saqueados polas massas esfameadas, curtes de estrada com pneumáticos queimados, 6 polícias feridos por arma de fogo e o assassinato do sindicalista Jacques Bino da Uniom Geral de Trabalhadores/as Guadalupin@s (sindicato independentista membro da Confederaçom de Sindicatos de Naçons sem Estado). A morte do activista guadalupino produziu-se a maos da gendarmeria francesa enquanto voltava dumha reuniom do LKP (Colectivo Contra a Exploraçom na língua nacional de Guadalupe, o creole), coligaçom de 50 organizaçons do mais diverso ámbito.

Os médios europeios mentem sem o mais mínimo rubor, tentando criminalizar aos “bandos de jovens das barricadas” deste assassinato político perpetrado polo estado neofascista francês. Só temos que lembrar-nos do que aconteceu e acontece nos extrarrádios das grandes metrópoles francesas, onde a juventude hiper-explorada e excluída protagoniza heroicos enfrentamentos para denunciar o desleixo criminal do governo francês, que condena à misséria a dúzias de miles de jovens. Em Novembro de 2005 houvo abondantes testemunhos jornalísticos destas luitas nos bairros obreiros parisinos e doutras cidades na França. Isto nom nega a participaçom da juventude guadalupina explorada na RUP (Regiom Ultraperiférica), que maliá o envio de 300 gendarmes franceses para sufocar a greve, tem-se mantido a altura das circunstáncias até obrigar ao estado francês a negociar.

A esquerda reformista francesa aproveitou a ocasiom para fazer gala de cinismo hipócrita e tirar-se a foto no funeral de Bino, desmarcando-se de Sarkozy mas fechando na prática as filas com a extrema direita francesa à hora de silenciar os verdadeiros problemas: A negaçom dos direitos nacionais de Guadalupe, a profunda crise estrutural do capitalismo que está a cebar-se nos países mais explorados, e o carácter essencialmente neofascista do estado francês e da UE; que mantenhem intactos os mecanismos de dominaçom racista e espoliadora que levou ao imperialismo europeio a ser o maior assassino do século XIX.

As negociaçons continuam, maliá ter expressado já o LKP a sua desconfiança ante as promessas francesas. A greve em Guadalupe guarda semelhanças claras com a convocada na Guiana em Novembro, com a actualmente em curso desde o 5 de Fevereiro na Martinica e a prevista a partir do 5 de Março em Reuniom. As quatro ilhas, sob administraçom francesa, sofrem uns índices de paro superiores ao 20%, preços do combustível e dos transportes disparados e alto grau de exclusom social em favor da minoria béké.

De BRIGA só podemos somar-nos a outras organizaçons que já tenhem expressado o seu apoio a esta luita, como é o caso do PRCC (Partido Revolucionário dos Comunistas de Canárias) ou o sindicato LAB. Enviamos todo o nosso apoio ao povo trabalhador guadalupino, especialmente à sua juventude obreira, que nos demonstra que ante os reptos monumentais que se nos venhem acima, a única saída é a luita sem trégua.