As mulheres de BRIGA ante a renovada ofensiva patriarcal
Especial Comissom Nacional da Mulher
Fevereiro 2012
Gallardón, novo ministro de Justiça, anunciou a reforma da lei do aborto aprovada em julho do 2010. Além de que as jovens de BRIGA nom estejamos de acordo com a lei aprovada polo PSOE, porque analisamos no seu momento que era insuficiente e parcial, cremos que as mudanças que o PP vai introduzir suponhem um retrocesso dos direitos das mulheres e das jovens do povo trabalhador.
Esta reforma procura proibir o aborto das jovens menores de 18 anos sem o
consentimento da mae e/ou pai, reduzir o praço máximo legal -atualmente em 14
semanas-, e por último, introduzir condenas de prisom para as mulheres que
abortem fora de praço ou por motivos que nom sejam os que recolhe a lei.
As jovens trabalhadoras nom podemos olhar este ataque machista sem enquadrá-lo
na ofensiva patriarcal em curso. Ofensiva que estamos sofrendo desde que
começou a crise capitalista. Mais umha vez evidencia-se que no capitalismo, as
mulheres e as jovens trabalhadoras somos propriedade da burguesia e dos nossos
companheiros de classe. Somos mercadoria, e como mercadoria os nossos úteros e
a nossa sexualidade nom nos pertencem, mas som propriedade dos que nos oprimem,
exploram e dominam.
Neste sentido, temos claro que o Partido Popular quer condenar-nos ao
estado de exploradas, oprimidas e dominadas, tal como quer o Capital. Há que
lembrar que o PP é mais um partido político que defende os interesses dos altos
empresários, dos banqueiros, da classe dominante. E é por esta razom que aprova
leis anti-abortistas, reformas laborais que precarizam as trabalhadoras mais do
que os trabalhadores; falam de violência de género no canto de violência
machista, etc.
Mas o PP também é um reacionário defensor dos interesses da Igreja Católica. Se
nom o fosse nom aprovaria, nestes tempos de recortes sociais, presentes à
Igreja que ascendem a 13.266.216,12 de euros mensais.
Que o PP proíba que as jovens trabalhadoras ponhamos em prática os nossos
direitos, demonstra que obtivemos através das nossas luitas -é só através das
nossas luitas- vitórias feministas.
Porque o que se está a passar com esta planificada ofensiva patriarcal é que quando as mulheres do povo
trabalhador galego começamos a desobedecer e a decidir por nós próprias, como é
o caso do direito ao aborto, ou dito de outro modo, o direito a eleger o que
queremos fazer com os nossos corpos, os capitalistas nom duvidam em passar à
ofensiva. Os dados sobre a quantidade de jovens trabalhadoras que empregam
métodos anticonceptivos com regularidade (mais dos 75%) ou a baixa taxa de
fecundidade específica do nosso país, som um claro sintoma de que as jovens
trabalhadoras se rebelam a diário contra os que defendem o papel das mesmas como fábricas de nov@s obreir@s e estaçom
de serviço do povo trabalhador.
Podemos encontrar multidom de exemplos sobre como o capitalismo e os seus
partidos obstaculizam que as jovens trabalhadoras decidamos sobre os nossos
corpos e a nossa sexualidade. A
escassa, desestruturada e alienante informaçom sobre educaçom e liberdade
sexual que recebe a juventude trabalhadora no ensino. A privatizaçom do serviço
galego de infantários e a suba das taxas em 19,2% das mesmas. A Lei de família.
O financiamento público das visitas do Papa. Que as mulheres do povo
trabalhador galego tenhamos que aguardar umha meia de 4 meses (114 dias) para
ter umha consulta de ginecologia no SERGAS ou esta última reforma da lei do
aborto, som a materializaçom e as consequências da simbiose entre capitalismo e
patriarcado, que “justifica” esta nova ofensiva machista de que estamos a
falar, e contra a que temos que organizar-nos e luitar.
BRIGA luitará até que a reivindicaçom do aborto livre e gratuito seja umha realidade.
AVANTE A LUITA
FEMINISTA!
ABORTO LIVRE E GRATUITO!