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Actualizada em
14/01/14
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Recuperar a memória para fazer história

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Especial Comissom Nacional da Mulher

Dezembro 2012

Umha das estratégias empregadas para a sustentaçom e mantenimento do patriarcado é a distorçom e ocultaçom da nossa história, invisibilizando as luitas referenciais de tantas mulheres que no decurso histórico da humanidade se enfrentárom à ideologia dominante ao nom assumir o rol passivo que o patriarcado desenhava para elas.
Como coletivo social afetado por um processo de invisibilizaçom, as mulheres estamos na obriga de reconstruir a nossa memória histórica e rechaçar o discurso oficial. Assim pois, as jovens de BRIGA queremos contribuir humildemente a esta tarefa recuperando os berros de insubmissom, as batalhas enfrontadas e as vitórias alcançadas de algumhas destas mulheres para devolver-lhes o seu lugar na nossa história social.


O GENOTDEL

Inauguramos esta campanha lembrando o novembro de 1918 em que se celebrou o Primeiro Congresso Nacional de Mulheres Operárias e Camponesas, graças à iniciativa de revolucionárias como Alexandra Kollontai, Inessa Armand ou Nadeshda Krupskaia entre outras, e que um ano mais tarde cristalizaria no Genotdel, o primeiro departamento feminino governamental do mundo.

O Genotdel constituíu-se com um claro objetivo: conseguir a melhora das condiçons de vida das mulheres na Uniom Soviética, centrando-se especialmente em aspetos como a alfabetizaçom e dando a conhecer as novas transformaçons legislativas em matéria de direitos reprodutivos e laborais instituídas pola Revoluçom. Tinham um amplo eido de intervençom, tratando temáticas relacionadas com o aborto e a maternidade, a socializaçom dos trabalhos reprodutivos e de cuidados, a prostituiçom, o desemprego feminino e diversas políticas laborais, enfrentando-se diretamente ao aparelho sindical ao que reclamavam umha maior atençom para as trabalhadoras.

Parte da sua agitaçom era realizada através de seçons especiais nos jornais mais importantes e a publicaçom do seu vozeiro mensal, o Komminitska.

O Genotdel estava liderado polas bolcheviques, mas nom se tratava dumha estrutura partidária no sentido de que era dirigido tanto por membras do partido como por mulheres sem vinculaçom ao mesmo.

Alexandra Kollontai e Lenine tinham mui claro qual era o duplo papel que tinha que desenvolver esta instituiçom: por umha banda, aproximar as mulher do partido e implicá-las diretamente no trabalho dos soviets e do estado; por outra, consciencializar os soviets em matéria de feminismo e que levassem a cabo as demandas específicas das mulheres.

Para cumprir com estes objetivos, dependia-se em grande medida da publicidade e da agitaçom devido às dificuldades que se encontravam para implicar as mulheres e politizá-las, nom só polo isolamento de muitas delas no interior da família, senom também pola pressom que cônjuges e pais exerciam sobre elas, remissos à sua emancipaçom.

Com a instauraçom da Nova Política Económica em 1921, as ativistas do Genotdel tivérom que enfrentar-se a toda umha série de novos problemas: o aumento desproporcional do desemprego feminino, a diminuiçom dos orçamentos partidários locais que pretendiam paliar com a eliminaçom das seçons de mulheres e os recortes em serviços sociais (cuidado de crianças, comedores sociais, etc.) que as membras do Genotdel consideravam que eram fundamentais para conseguir umha emancipaçom feminina efetiva.

Durante o período estalinista o Genotdel foi praticamente desativado, sendo finalmente suprimido em 1930. Isto facilitou que em 1936 pudesse instaurar-se o Novo Código de Família que supunha o reforçamento do modelo de família tradicional, umha maior dificuldade para tramitar os divórcios, a ilegalizaçom do aborto e outras medidas reacionárias. Punha-se assim fim a toda umha etapa de visibilizaçom feminista e conquista de direitos que tivera um início orgánico naquele novembro de 1918.


Cartaz propagandístico do Genotdel

Cartaz propagandístico do Genotdel

Cartaz propagandístico do Genotdel

Cartaz propagandístico do Genotdel

Ver também o especial: Comissom Nacional da Mulher