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Actualizada em
14/01/14
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Governo espanhol acrescenta o salário militar: nova armadilha para a juventude

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Setembro de 2005

Desde a morte no Afeganistám de 17 membros das forças armadas espanholas (10 deles de origem galega) num suposto acidente do helicóptero Cougar em que viajavam, o ministro ultra-espanholista José Bono acometeu umha forte campanha rumada a atingir o acrescentamento salarial dos militares espanhóis, alegando que fôrom "um colectivo discriminado", sendo aprovada em 2 de Setembro polo Conselho de Ministros espanhóis umha partida de 450 milhons de euros para elevar o salário militar num 25% em três anos. O presidente espanhol, Rodríquez Zapatero, apoiou de jeito entusiasta esta crescida, acrescentando que a tinham "bem merecida"

Com esta medida a asa mais reaccionária, militarista e espanholista do PSOE sai reforçada do revés que sofrera com a morte dos 17 militares destacados no Afeganistám, ficando ainda na actualidade sérias dúvidas de que o helicóptero nom fora atacado pola insurgência afegá contra a ocupaçom militar. Estes factos, inclusive a mera hipótese dum ataque, supunham umha dura pancada à credibilidade da "missom humanitária" no Afeganistam, revelando a presença espanhola neste país como o que realmente é, umha ocupaçom militar impulsionada polos EUA, com a luz verde da ONU e a participaçom de vários estados europeus que mais tarde seriam os sócios dos norteamericanos no reparto do expólio afegao e tempo depois o iraquiano.

Esta crescida salarial é um novo intento de lavar a face do exército espanhol, cujo ADN fascista parte desse levantamento militar de 1936 que perpetuou o domínio dictatorial franquista durante décadas. O produto recozinhado dessa ditadura, remodelada mas de ningúm jeito superada, estamos a vivê-lo na actualidade. Desde a derrota do militarismo espanhol no nosso País, que obrigou ao governo do PP a profissionalizar as forças armadas após o disparo dos índices de insubmissom e de objecçom de consciência (entre 1985 e 1997 declarárom-se objectores 37.996 jovens galegos), som constantes os intentos estatais de atingir umha identificaçom social com o exército que nunca chegou a calhar. As contínuas concessons e facilidades que se dérom aos militares profissionais som umha mostra dessa obsessom por apagar do subconsciente colectivo o horror de décadas de violaçons, assassinatos e genocídios. O rebaixamento do coeficiente intelectual mínimo para fazer parte das FAS, as facilidades de acesso directo à oficialidade d@s licenciad@s, ou esta nova crescida salarial som intentos desesperados de cubrir as vagas mínimas de efectiv@s militares, que ficam todos os anos milheiros de postos por baixo das expectativas mínimas do governo espanhol. Isto fala-nos nom só da crise do nacionalismo espanhol, mas do rejeitamento maioritário que a juventude tem demonstrado face o militarismo e o exército (as maciças mobilizaçons contra a ocupaçom do Iraque tenhem-no demonstrado). Isto nom impede que haja umha significativa presença de jovens galegos no exército espanhol, devido à triste realidade da Galiza, umha naçom cada vez mais empobrecida polo capitalismo espanhol, submetida a processos de desestruturaçom económica e social que consagram a dependência e garantem a taxa de ganho das grandes empresas. As mentiras, deturpaçons e falsidades permitem que alguns sectores da juventude trabalhadora acreditem nas hipócritas promessas dum ofício digno e respeitável, como saída laboral in extremo para as graves dificuldades que afrontamos os jovens galeg@s ao entrar no mundo do trabalho.

Mas fixemo-nos. Estamos a falar de que este acrescentamento do 7,2% do salário militar em 2006 é em palavras do próprio Bono "o maior incremento de soldos real feito na história recente". Comparemos isto com que @s jovens galegos menores de 25 anos assinárom 2.000 dos 25.000 contratos no último ano (um 8%). Unamos-lhe a isto umha ocupaçom juvenil que cresce a ritmos inferiores do que a média estatal, e a um desemprego médio na Galiza do 11,1% (dous pontos maior que no resto do estado). É por isto, que o anunciamento de Bono é toda umha provocaçom. Praticamente todas as semanas morrem jovens nos seus postos de trabalho, com jornadas laborais das mais longas e das pior pagadas, ou tenhem acidentes graves por falta de segurança e meios. Enquanto o mercado laboral é cada vez mais um meio de triturar à juventude e menos um jeito de assegurar a independência económica e umha vida digna, os gastos estatais centram-se em campanhas de marketing milionárias para promocionar as FAS, em elevar os soldos dos seus mercenários, e em pintar de cores amáveis e humanitárias a um exército que existe para coarctar liberdades e institucionalizar a violência, ocupar países e manter às classes trabalhadoras e os povos oprimidos bem sujeitos baixo a bota.

De BRIGA queremos denunciar esta nova armadilha para @s jovens galegos, assinalar estas melhoras salariais como o que som. Um engano para ingénu@s, que nom possui nengúm tipo de credibilidade nem fundamento, ao mesmo tempo que esquece conscientemente a situaçom de precariedade absoluta da juventude trabalhadora.

Aboliçom do exército!
Trabalho digno para a juventude!