BRIGA ante o debate da liberdade sexual

Fevereiro de 2005

A finais do mês de Janeiro, o portavoz da Conferência Episcopal espanhola afirmou por primeira vez em toda a história do catolicismo que considerava legítimo o emprego do condom "numha estratégia global de combate ao SIDA", contradizendo a totalidade dos posicionamentos da Igreja até a data sobre este tema. Apenas uns dias depois, toda a hierarquia eclesiástica do estado, e mesmo as autoridades do Vaticano, apresuram-se a desdizer as declaraçons oficiais da conferência espanhola, reafirmando-se nas posiçons retrógradas e dogmáticas de sempre.

Mentres, o PP aproveita para expressar a sua adessom mais incondicional às posturas reaccionárias da Igreja espanhola, histórica aliada do franquismo, como bem demonstram as declaraçons do fascista Fraga Iribarne. Nelas, além de afirmar que o emprego de métodos anticonceptivos é "inmoral", orgulha-se de ser católico, apostólico, e romano. Além, atreve-se ainda a brincar com o tema, afirmando que ele "sempre dixo verdades sem condom".

Segundo recentes estudos estatais (Informe da Juventude 2004), a maioria d@s moç@s galeg@s mantemos as nossas primeiras relaçons sexuais sem empregar método anticoncepcional nengum. Isto debe-se ao actual desleixo em materia de educaçom sexual, que graças a políticas como as da Igreja espanhola e as do PP, segue a ser um tema tabú para a maioria da juventude da Galiza. A gravidez nom desejadas e o contágio de enfermidades por transmissom sexual som umha crua realidade que golpeia com punho de aceiro a miles de moç@s galeg@s a cada dia que passa. A falta de educaçom sexual é umha lacra que nom foi erradicada nem polos governos do PSOE nem muito menos polos do PP. Nos sucesivos mandatos destes partidos nom se plantejou umha política juvenil que informa-se das consecuencias das relaçons sexuais de risco, nem se puxo ao alcanço de tod@s nós anticonceptivos gratuitos, ou se impediu que muitas mulheres perdéram a sua juventude por ver-se obrigadas a ser nais. Na Galiza dúzias de jovens galeg@s som infectados por doenzas de transmisom sexual, e em muitas ocasions poderia ter-se evitado de conhecerem-se as medidas preventivas existentes.

Ante isto as frívolas declaraçons do ministro franquista nom merecem mais que todo o despreço que caiba imaginar por serem patranhas e puritanismos cristiaos que encorsetam a liberdade sexual da mocidade, o pleno disfrute e vivência dos seus corpos sem imposiçons, nem tabus, nem perigos.

BRIGA, organizaçom juvenil da esquerda independentista, quer mostrar o seu mais profundo rechaço ao integrismo cristiao da misógena instituiçom católica e da sua campanha em contra da sexualidade segura. Além do mais, denunciamos o papel que esta instituiçom tivo e tem como implementadora da repressom sexual a través do autoritarismo e a coerçom, apoiando o modelo sexual heterosexista e machista que o capitalismo impom à juventude.

Assim, animamos à mocidade galgega revolucionária a reagir ante estas imposiçons, a sair às ruas e denunciar a fascistas reconhecidos como Fraga, que se tomam a brincadeira esta dura realidade que suportamos @s moç@s galeg@s. O independentismo juvenil galego debe mobilizar-se por primeira vez na sua história por este motivo, e dar razons para que nom passe desapercibido.