BRIGA, organiza�om juvenil da esquerda independentista

Loja Virtual
Arquivo Gr�fico
correio-e:
Compartilhar
Actualizada em
14/01/14
novas

Intervençom de BRIGA no VI Dia da Galiza Combatente

imagem

Outubro de 2006

A seguir reproduzimos a intervençom de Diego Bernal, jovem militante da esquerda independentista, no VI Dia da Galiza Combatente convocado por NÓS-Unidade Popular o passado dia 7 de Outubro sob a legenda "Homenagem às vitimas do Holocausto galego. 1936-2006 A luita continua". O emotivo acto político, no que além de BRIGA intervirom diversos representantes de organizaçons sociais implicados na recuperaçom da memória história, decorreu no Alto do Furriolo, lugar cum grande simbolismo já que foi o lugar escolhido polo fascismo espanhol para assassinar às e aos melhores filh@s das comarcas arrainas.

Bom dia a todos e a todas:

É umha grande satisfacçom para BRIGA poder fazer parte deste acto político no alto do Furriolo acima destes solenes penedos. E digo penedos e digo dobremente bem pois na nossa língua, em galego-potuguês, penedo além do significado etimológico de rocha gerou um outro metafórico bem acaído hoje nesta emotiva homenagem nacional às vítimas do holocausto galego de 1936. A palavra penedo, como dizia, também designa no nosso romance umha pessoa de difícil demover da sua maneira de pensar, ou dito doutra maneira, penedo é umha pessoa de firmes e claras convicçons, teimuda, que nom se rende nem é derrotada nunca ideologicamente. Assim o sangue de milheiros de penedos: comunistas, anarquistas, socialistas, nacionalistas... foi deitado aqui há 7 décadas pola babárie fascista. Agora nós, os novos penedos, recolhemo-la com orgulho, tantos anos depois porque ninguém antes o quijo fazer.

Os defensores do idioma gostamos sempre de um extraordinário poema escrito em 1970 e proibido pola censura franquista que leva por título Cançom para cantar todos os dias. É evidente que o título deste poema o que pretende transmitir é a necessidade de defender o galego em todas as circunstácias e momentos. Menos conhecido que este texto lírico de Manuel Maria é a carta que o chefe do Exército Guerrilheiro da Galiza redigiu com o seu sangue na cadeia da Corunha poucos dias antes da sua execuçom mediante garrote vil. As suas palavras formosas e proféticas sintetizam sem dúvida a mensagem que todos estes luitadores e luitadoras anónim@s nos quigérom transmitir, é com certeza a cançom que as revolucionárias e revolucionários da Galiza devemos senom cantar, sim lembrar todos os dias. Permitide-me, pois, ler parte da mesma como tributo aos milheiros de galegos e galegas mort@s por defenderem a democracia e a liberdade:

"... Os facinerosos que tantos crimes e atrocidades cometem, nom se resignam a desaparecer. De que estám perdidos, estám eles bem seguros. Por isso a raiva e a cobardia do que se vê perdido, desafogam-na nos que caim nas suas garras. Mas fracassárom e fracassarám mil vezes; aginha morderám o po da derrota e Galiza, esta terra mártir e heroica onde nascemos e pola qual gostosos damos a vida, verá brilhar o sol da liberdade e da verdadeira justiça de monte a monte e de mar a mar. Quando esse dia chegar, que chegará pronto, apenas vos pedimos que nom vos domine o espírito de vingança; mas fazede justiça, nom esqueçades, nem perdoedes os carrascos do nosso povo."

Nós o independentismo socialista nem perdoamos nem esquecemos, abofé!

Desde o seu nascimento BRIGA deu sempre umha grande releváncia à recuperaçom da nossa memória como povo e muito especialmente aos factos acontecidos no lúgubre verao de 1936. Somos conscientes de que para percebermos o presente é necessário conhecermos o passado. E o nosso presente nom se entende sem conhecer a guerra que o povo trabalhador galego travou contra os seus opressores, a guerra onde saírom derrotados a classe operária, as mulheres e os povos. Conscientes de que ao longo da história fôrom muitos @s jovens galeg@s que se auto-organizárom, luitárom e dérom a sua vida para poder viver com dignidade e sem opressons. Hoje na fábrica, na escola, na rua, na casa, todo segue na mesma. A consecuçom de umha sociedade sem classes, superadora do patriarcado numha pátria libertada, ideais polos que luitárom e morrêrom as geraçons que nos precedêrom seguem vigentes. Hoje mais do que nunca erguemos o facho da Federeçom de Mocidades Galeguistas, das Juventudes Socialistas e Comunistas Unificadas, da juventude mártir que encheu as barricadas para defender a Galiza e as suas classes trabalhadoras do exército golpista espanhol. Hoje colamos cartazes que berram polos direitos da classe trabalhadora, fazemos pintadas que reflictem consignas berradas já polos irmaos Lixivia e Galám Calvete da Corunha, erguemos o punho com a força com a que o ergueu o povo trabalhador galego cada 1º de Maio na rua de cada vila e cidade até o 36, organizamos debates, jornadas e seminários de formaçom para que a juventude de hoje recolha o seu exemplo e na memória de todos eles tentamos derrubar a estátua de Milhám Astrai há quase 1 ano, se calhar o símbolo fascista de maior magnitude que fica ergueito no nosso país. Por todo isto sofremos detençons, multas e ameaças. Por todas as pessoas que se dedicárom a limpar o nosso país de simbologia fascista, e muito especialmente polos companheiros e companheiras da Unidade Popular polo seu grande trabalho realizado pido agora um merecido aplauso.

Companheiras e companheiros, o dito, nem esquecemos nem perdoamos.

Viva o dia da Galiza combatente!