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14/01/14
novas

Na rua Ponte à Rebeliom, vozeiro do Grupo de Base de Ponte Vedra

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Janeiro de 2007

A última iniciativa do Grupo de Base de Ponte Vedra é a ediçom do primeiro número do Ponte à Rebeliom, o seu vozeiro comarcal. Este primeiro número do Ponte à Rebeliom está dividido em três secçons, além da editorial. Assim o vozeiro recolhe um espaço adicado à análise, concretamente a da realidade socio-laboral d@s na comarca, outra as novas, as actividades juvenís e por último a contra-capa a umha entrevista com Heitor Fernandes, membro da Assembleia Comarcal de Siareir@s Galeg@s em Ponte Vedra.

A seguir reproducimos os artigos e novas deste primeiro número do Ponte à Rebeliom,

EDITORIAL

Ser jovem nom é delito

Sai do prelo o primeiro número do Ponte à Rebeliom, o vozeiro comarcal de BRIGA, e sai à rua como um instrumento de comunicaçom, informaçom, denúncia e formaçom; mais um meio de combate em defesa dos interesses da juventude da nossa comarca. Som já dous anos de andaina, nos que @s jovens organizad@s em BRIGA levamos adiante um volume nada desdenhável de actividade agitativa, formativa e de fomento da autoorganizaçom juvenil. Mas continuamos longe de ter feito o suficiente, e com este vozeiro pretendemos chegar com mais força às e aos jovens, aprofundar nas problemáticas reais que temos na Comarca e ajudar à tomada de consciência da juventude sobre a necessidade da autoorganizaçom e da luita para superar o escuro futuro que giza para nós o capitalismo espanhol. Porque som muitos os ámbitos da nossa vida onde se nos seqüestra a liberdade, e estamos chegando a níveis alarmantes de recorte de direitos básicos.

Já nom falamos das nossas misserentas condiçons de vida com trabalhos precários, dependência económica, falta de liberdade sexual e tratamento de minorizaçom continuada. Agora incluso somos expuls@s dos espaços públicos! Praças e ruas da cidade passam a ser áreas de recreio para a BRILAT ou a procissom anual da semana santa, mas som-nos negadas para utilizarmo-las @s jovens. O fascismo militar espanhol e o integrismo católico podem desfilar impunemente polas ruas da NOSSA cidade com a permissom da Cámara Municipal, mas a nós coarcta-se-nos a livre circulaçom com intimidaçom policial e criminalizaçom nos meios.

Há algo mais de um ano, o Ministério de Interior espanhol desenhou as grandes directrizes do plano de controlo da juventude, umha campanha mediático-policial que já se está levando á prática, e que tenta apresentar-nos como delinqüentes, alcoólic@s, drogad@s, vándal@s, etc; como animais de circo que tenhem de ser controlad@s. Como exemplos de alguns eixos desta campanha temos a lei do botelhom, a lei do menor, a polémica hipócrita sobre violência nos centros de ensino, etc. E ao mesmo tempo que os meios criam umha atmosfera favorável para a intervençom policial, os diferentes governos autonómicos e locais dam os primeiros passos para efectivizar este plano em cada concelho. E o governo do PSOE-BNG em Ponte Vedra nom foi umha excepçom.

Até o de agora nom era estranho que fosses parad@ e identificad@ arbitrariamente, ou por vestir de determinado jeito, berrar durante a noite ou estar com a tua gente no Campinho. Já nom chegava conque puderas ser retid@ quando a um desconhecido com placa se lhe metia entre corno e corno que tinhas aspecto suspeitoso. Agora o facto de ser jovem é, por sim próprio, suspeitoso.

Mas para a polícia e a subdelegaçom do governo espanhóis nom é suficiente, por isso acabam de criar o GOR, um grupo de resposta rápida que opera nas "conflitivas ruas" da nossa cidade para controlar a movida juvenil (além doutras democráticas e constitucionáis funçons, como o controlo da ordem em manifestaçons e concentraçons).

Frente a tanta criminalizaçom e repressom @s jovens dizemos que a rua é nossa e que nom imos deixar amedonhar polos uniformados, seguiremos a encher as nossas ruas e praças e a eleger as nossas formas de lazer colectivas apesar da repressom e a hipocrisia.

ANÁLISE
A juventude e o trabalho em Ponte Vedra. Um par de verdades

Os meios de comunicaçom acussam habitualmente aos/às jovens de passotas, vándal@s, borrach@s, violent@s, egoístas, vag@s, delinqüentes, e um longo etc. de adjectivos vários deste estilo. A frase de ordem ante qualquer reivindicaçom ou denúncia activa da nossa situaçom costuma ser um paternalista: “... aaaaaaai, se trabalharades...”. Atitudes como esta nom conseguem agachar umha verdade como umha catedral: ou nom nos deixam trabalhar, ou o nosso trabalho nos custa caro ( e às vezes a vida).

Vamos dar umha vista de olhos rápida a alguns dados oficiais sobre a nossa situaçom laboral, a que temos na comarca de Ponte Vedra, da que se ocupa este vozeiro. Lembra que na maioria dos casos estes dados vam estar açucarados, ou se o preferires, vam mentir directamente:

1. Só no município de Ponte Vedra se acumula quase umha décima parte do total de desempregad@s jovens (menores de 25 anos). Que che parece? Seguimos:

2. O território da província de Ponte Vedra bate o recorde de paro juvenil da comunidade, contribuindo num 40% ao total da CAG. Mas continua:

3. As mulheres jovens em paro copam mais do 60 % de desempregad@s nestas comarcas. Em Caldas, Portas ou Moranha achega-se ao 70%. Desigualdades tam bestiais respondem unicamente à discriminaçom sexual, que também vai a ter um balanço negativo para as mulheres no caso dos acidentes laborais e os contratos temporários, com taxas superiores aos homes. Ainda há mais:

4. Ao igual que no resto do País, na comarca predomina abrumadoramente a contrataçom temporal, normalmente por ETT´s que ficam com boa parte do salário juvenil, ao mesmo tempo que recortam directa ou indirectamente os direitos laborais mais básicos (remuneraçom digna, jornada laboral de 8 horas, direito a férias e a participar em greves, medidas de segurança mínimas, etc). E agarra-te que venhem curvas:

5. Ponte Vedra acumula o maior crescimento em acidentes laborais, seis pontos por cima da meia galega (que cresceu um 11%). Esquece-te por um momento dos números e das percentagens. Só significam umha cousa: mais de 5.000 trabalhadores/as sofrêrom algum tipo de acidente com baixa (300 mais que na província da Corunha), d@s quais 34 perdêrom a vida em 2005. E dessas pessoas mortas, a grande maioria eram jovens, em especial menores de 25 anos e com contrato eventual (normalmente por ETT). E logo dim que vivemos bem e que o que se passa é que nom procuramos trabalho!!!

Isto (todo o que levamos lido até o de agora), nom ocorre porque sim, nom é umha “desgraça” que nos cai enriba por acasso. Isto tem organizadores, gestores, e sobretodo, beneficiários. Som em primeiro lugar as empresas, que se enriquecem a costa do nosso trabalho em precário, da nossa falta de formaçom e segurança básica, da nossa dependência económica, dos nossos acidentes laborais, etc. Mas também há outros, que permitem que isto ocorra e aprovam leis que mantenhem as cousas como estám: com umha juventude que trabalhe arreo e fique caladinha e submissa. É o caso dos governos municipais e autonómicos, obedientes aos acordos realizados em Madrid, que

é onde se decide o nosso (precário) futuro. A última reforma laboral cozinhada polo PSOE, as empresas e os sindicatos vendidos é um exemplo de como continuam a atar-nos em curto, disfarçando mais retrocessos laborais como maravilhosos avanços.

Muit@s dirám que nom há jeito de mudar isto. Outr@s acussarám-nos desta vez de “idealistas utópicos” (de isso a começarem a dar-che a brasa com as suas batalhinhas “de quando eram jovens”, há um passo). Mas estarám errad@s:

Toda realidade que se transformou tivo de ser pensada antes, e temos exemplos abondos (Bolívia, Cuba, Venezuela...) de como se pode fazer política de esquerdas e comprometida com o povo trabalhador. Observemos a França e à sua juventude organizada, que botou abaixo o Contrato de Primeiro Emprego a través do combate e a mobilizaçom, lembremos a greve do metal em Vigo no que centos de jovens estivêrom em primeira linha de lume contra a injustiça e a precariedade laboral.

Exemplos há a patadas. Palavras há a toneladas. Mas o único caminho para mudar as cousas de verdade é organizar-se, o único jeito de vencer é luitar. De BRIGA queremos abrir e tecer todos os espaços possíveis para fazer destas humildes palavras, pensadas, reflexionadas, umha realidade.

NOTÍCIAS
40% das denúncias por violência machista no concelho som apresentadas por jovens

Cada vez som mais as denúncias apresentadas por mulheres entre os 15 e 29 anos que som objecto da violência exercida impunemente polos seus maridos ou companheiros. Nos últimos meses atingiu quase a metade das denúncias totais, enquanto a curva continua crescendo. O 30% das mortas por violência machista eram menores de 30 anos, e as cifras continuam a subir ininterrompidamente desde 2001.

Defender como fai a vereadora de bem-estar social Margarita Castejón (PSOE), que estes dados nom som alarmantes, nom deixa de ser umha afirmaçom hipócrita de quem nom é capaz de apresentar umha alternativa. Fai-se evidente que a tam cacarejada igualdade entre sexos é umha falácia, um anestesiante de consciências que agacha umha realidade clara: a violência contra as mulheres, e em especial contra as jovens, está longe de desaparecer, é mais, está a medrar.

Entrada em funcionamento da brigada policial contra a juventude

O GOR (Grupo Operativo de Resposta) já começou a sua actividade em Ponte Vedra. Formado por umha vintena de polícias, muitos deles à paisana, patrulham as ruas para “controlar” a movida nocturna e evitar o vandalismo: é dizer, para intimidar e controlar aos/às jovens, e lembrar-lhes que a rua nom é nossa, senom deles.

Jovem trabalhador morre numhas obras do porto de Marim

O 23 de Novembro morria em Montezelo Roberto Cardalde, um operário de 27 anos residente na Ilha, em conseqüência de um grave acidente laboral acontecido no porto de Marim. O jovem perdia a vida esmagado por umha parede sobre a vala em que trabalhava, nas obras de alargamento da via de ferro do porto de Marim. Maliá a tentativa de resgate d@s seus/suas companheir@s, morreu horas depois polos ferimentos derivados.

Representantes sindicais assinalárom a possibilidade de incumprimento das directrizes de segurança, prática habitual das empresas, responsáveis directas na maior parte dos casos da triste crónica preta de jovens mort@s em acidentes laborais evitáveis.

ACTIVIDADES JUVENÍS
BRIGA organiza o II Foro de Rebeliom centrado na violência e repressom nos centros de ensino

Na vindoura sexta-feira dia 22 de Dezembro, terá lugar às 20:30 no centro social A Revira a segunda entrega dos foros de debate crítico de BRIGA, continuando assim a linha de palestras e análises alternativas das problemáticas que nos atingem como jovens.

Sob o título “Violência ou repressom nos centros de ensino”, a palestra terá por convidados ao professor de secundária Manuel Ayán, docente no IES Valhe Inclám; a Rute Cortiço, militante da organizaçom estudantil AGIR, e a um membro da Federaçom de AMPAS “Nom te durmas”.

O clube de rol organiza GORSEDD´07

O clube de rol Tuata dé Danann organiza para o Sábado 13 e Domingo 14 de Janeiro as suas jornadas anuais sob o título “Gorsedd’07: Esperta ao dragom”. Realizarám-se diversas partidas demonstrativas de diferentes jogos, um torneio de rol em mesa, um rol em vivo e um torneio real de combates com espadas. A associaçom concederá prémios aos/às melhores classificad@s dos torneios. O evento terá lugar na Casa Azul.

Diversas associaçons juvenis preparam distintas actividades para o programa Noites Abertas

A nova ediçom de Noites Abertas inicia-se a começos de Fevereiro, e contará este ano com novidosos programas organizados por associaçons de jovens. Sem entrar a valorar os erros e acertos deste projecto de lazer alternativo, é induvitável o interesse lúdico de certas iniciativas por inovadoras e fora do comum.

Da passado ediçom queremos fazer especial fincapé nas actividades do colectivo Painkiller, associaçom que pula pola difussom do hard rock e o metal na nossa comarca, e que desenhou um novidoso programa de iniciaçons a instrumentos, trivial de perguntas com temática musical e um concerto de grupos da comarca que fechou o programa.

Também salientamos a actividade do clube de rol Tuata dé Danann, quem organizou diferentes partidas demonstrativas ao longo desses meses, que servírom de introduçom para dúzias de jovens que desconheciam este tipo de jogos fora dos clichés da imprensa.

ENTREVISTA
Heitor Fernandes, activista de Siareir@s Galeg@s em Ponte Vedra

Com a saída à rua do primeiro número do nosso vozeiro comarcal aproveitamos a ocasiom para entrevistar ao Héitor Fernandes, membro de Siareir@s Galeg@s na comarca de Ponte Vedra. @s siareir@s levam adiante a defesa das selecçons nacionais desportivas para a Galiza desde há anos, mas a actividade deste colectivo revitalizou-se desde finais de 2005 ao longo de todo o País.

Ponte à Rebeliom: Como valorizarias a trajectoria de SS.GG. desde a sua reactivaçom a finais do passado ano?

Héitor Fernandes: Se valorizamos a trajectória inteira, a actividade da comarca de Ponte Vedra desde que se reactivou até o dia da partida e mesmo os meses posteriores, eu valorizaria-a como positiva, porque se conseguiu grande número de sóci@s numha cidade pequena. A actividade cara o jogo de futebol foi bastante intensa e ao tempo realizárom-se actividades paralelas que fôrom exitosas, como os torneios de matraquilhos e de futebol de salom.

Sim é certo que os meses posteriores a actividade minguou, mas também a nível nacional, ainda que se participou nos diferentes jogos que se seguírom a realizar, como o de basquete ou o de handebol, desputado aqui.

O Dia da Pátria a actividade foi muito boa, com umha manifestaçom com bastante participaçom. E após um pequeno descanso retoma-se a actividade face o Galiza-Equador.

Como conclusom, a actividade foi medianamente boa ainda que seria bom termos mais colaboraçom d@s sóci@s da Comarca.

PàR: Quais som as perspectivas de futuro do colectivo?

HF: Muito amplas, porque o colectivo continua pulando por todo o relacionado com as selecçons nacionais de todos os desportos e continuará reclamando a sua oficialidade. Agora mesmo estám-se abrindo várias frentes onde podemos ter muito a dizer e pode ser muito importante a nossa colaboraçom. Em todo o referente ao desporto galego sim que terá muita actividade no futuro.

PàR: Como analisarias a actuaçom da Junta ante a reivindicaçom de selecçons nacionais oficiais?

HF: Bom, é evidente que com a mudança de governo houvo um pequeno passo adiante no tema. A Junta, de entrada, com SS.GG. os tratamentos que houvo fôrom sobretodo com a partida da selecçom. Aí houvo bom trato institucional, mas também nom nengum favor, nem se concedêrom as cousas que nós pedíamos, nom se sabe se por impossibilidade da Junta ou porque nom queriam. É certo que algo se está a fazer a nível de selecçons desportivas nacionais como a de triatlo ou a de bicicleta de montanha , mas nós seguimos a reividicar cousas que, de momento, nom concedem.

PàR: Na tua opiniom, qual é o papel do desporto, sobretodo quando tem carácter de massas, num processo de construçom nacional como o nosso?

HF: Acho que o desporto é importante porque é um factor social que está muito supostado por grande parte da cidadania e, como quase todo o mundo sabe, o futebol, por exemplo, é um grande escaparate para muitas cousas. Umha delas som as reivindicaçons políticas, como é o nosso caso. Viu-se o dia da selecçom em Sam Lázaro, esse dia as bandeiras da Pátria inundavam o estádio. é algo que poucas vezes se viu assim noutros acontecimentos aos que acuda tanta massa social. Isto fai com que muita gente reaja ante este facto, gente que vaia ver esse desporto e que nom tenha tanta implicaçom política antes de conhecer estas reivindicaçons ou olhar as manifestaçons. Muita gente que foi esse dia a Sam Láçaro nom ía reivindicar o mesmo que nós, ou nom sabia que essas reivindicaçons existiam, e desde que o vírom igual fijo com que muitas pessoas pensassem.

PàR: Achas que é factível atingirmos selecçons oficiais apesar do enquadramento da nossa naçom, actualmente, dentro do Estado espanhol?

HF: Homem, isso tem um duplo sentido. Quiçá a nível de competir contra Espanha é bastante complicado que nos vaiam dar umha concessom desse tipo. Pois, aí sempre está o fáctor da independência, se queres selecçons oficiais como estado é evidente que a independência joga um papel muito destacado.

Mas a nível desportivo é evidente que já se estám a fazer certas concessons, por exemplo a selecçom galega de triatlo competiu em Portugal a nível internacional. Sim que se pode avançar nesse sentido e ir ganhando espaços. Por exemplo na Galiza há desportos nos que temos um grande potencial, se olhas para as selecçons espanholas estám nutridas na sua maioria por desportistas galeg@s, como em piraguïsmo, triatlo... Umha selecçom galega teria muito a dizer a nível internacional.

PàR: Para finalizar, como viche a jornada do 29D em Compostela?

HF: Bom , foi apoteósica, acho que é umha conclusom geral a nível galego. Falando desde SS.GG. todo o que tínhamos preparado, trabalhando à esgalha durante dous meses, a marchas forçadas porque se nos vinha o tempo acima, saiu estupendo: a participaçom da gente, a manifestaçom (há que ter em conta que era umha quinta-feira, chovia, a gente trabalhava o dia seguinte... e a afluência foi massiva): O jogo foi brutal, com todo Sam Lázaro e toda a Galiza que o seguiu pola TV escuitando o que se berrava nessas bancadas. Depois os concertos e demais actos saírom à perfeiçom.

A nível pessoal, para mim foi impressionante. Acho que a qualquer pessoa com consciência galega que estivesse lá poria-se-lhe a pele de galinha como a mim, foi impressionante.