BRIGA, organiza�om juvenil da esquerda independentista

Loja Virtual
Arquivo Gr�fico
correio-e:
Compartilhar
Actualizada em
14/01/14
novas

Entrevistamos a um membro de Yesca coincidindo com a celebraçom do 23 de Abril

imagem

Abril de 2007

O vindouro 23 de Abril celebra-se o Dia Nacional de Castela e como cada ano o castellanismo prepara um ambicioso programa de actos em Vilhalar de los Comuneros. Yesca, organizaçom de jóvenes revolucionários, prepara um fim de semana de actividades que finalizam com os actos de homenágem aos Comuneros.

Umha delegaçom de BRIGA deslocará-se até Castela para participar nos actos que Yesca convoca nos dias 21 e 22 de Abril. Para aprofundar na difussom na Galiza do castellanismo realizamos umha entrevista a um militante de Yesca que nos fala sobre o significado histórico e político desta data, assim como das actividades programadas e dos reptos desta organizaçom juvenil.

BRIGA. O vindouro 23 de Abril celebra-se o Dia Nacional de Castela, umha data com um importante conteúdo simbólico para o vosso povo. Qual é o significado histórico desta jornada?

YESCA. Remontamo-nos ao Século XVI, concretamente aos anos 1520, 1521 e 1522 quando se produze umha grande rebeliom da cidades castelás contra a coroa dos Áustrias. Carlos V procurava supeditar os interesses do que na altura era a Coroa de Castela a Flandes, desconhecia o idioma, era um rei alheio e criava grande animadversom entre as diferentes capas sociais. Assim, começárom a formarem-se juntas em distintos lugares, alimentadas de gentes do mundo urbano e rural, frente à nobleza que se alinhou majoritariamente no bando realista de Carlos. Em Outubro de 1520 estoupou a guerra e depois de assaltos e escaramuzas, o 23 de Abril de 1521 o exército comunero é derrotado e um dia mais tarde os seus máximos cabecilhas, Bravo, Padilla e Maldonado son decapitados. Toledo, a última cidade comunera nom cai até Fevereiro de 1522 defendida por María Pacheco.

Resulta novidoso o carácter das juntas, nas que a participaçom era livre e assemblear, sem importar-se a classe ou ofício de cada quem. Podemos agarantir que tinham uns valores que hoje poderíamos considerar "anti-imperialistas", já que denunciavam o trato que se lhes dava aos indígenas americanos na conquista, soberanistas e defensores da sua terra, demócratas e anti-absolutistas, todo sem olvidar os quase cinco séculos que nos separam. Quem melhor conhece a revolta comunera afirma que é a primeira revoluçom moderna da a Europa e precursora da francesa no S. XVIII, cousa que por certo, também afirmou Karl Marx.

Assim, o 23 de Abril o castellanismo recorda o dia em que Castela perdeu a sua liberdade como povo e comemora a existência de umha revoluçom fora do seu tempo polos seus inovadores valores.

Quando é que começa o movimento popular castelám a reivindicar esta data?

A festa do 23 de Abril em Vilhalar de los Comuneros celebra-se desde 1976, ano em que as Forças de Ordem Público disolvêrom a cavalo as 500 pessoas lá congregadas. Nos anos posteriores milheiros e milheiros de casteláns e castelás acudírom lá, sendo o ano que mais pessoas houvo em 1978, com mais de 200.000. Desde sempre o PP e a direita mais ráncia de Castela quigérom desfazer-se desta jornada de reivindicaçom e luita com diversas artimanhas que se prolongam até hoje. As classes populares impedírom-no umha e outra vez e por isso é que lhes devemos que ainda podamos realizar este dia de centos de pessoas que plantárom cara ao fascismo espanhol. Em 1986 constitue-se a UPC, Unidad Popular Castellana que em 2000 dará paso a Izquierda Castellana. A principios da década de 90 constituem-se as Juventudes Castellanas Revolucionarias e desde a sua criaçom, há duas décadas, ambas organizaçons estivérom presentes e influírom em todos os aspectos da comemoraçom.

Os actos do Dia Nacional de Castela nom se cingem unicamente ao próprio dia 23 e há actos todo o fim de semana que convertem a Vilhalar no ponto de encontro das organizaçons castellanistas. YESCA organiza os seus proprios actos para os dias previos ao 23. Em que consistem?

Este ano o 23 de Abril cai na segunda-feira, polo que se podem realizar actividades o fim de semana. Obviamente cada ano cai num dia da semana diferente, condicionando a afluência de pessoal do resto de lugares de Castela, já que oficialmente só é feriado em Castela e Leom, mas nom no resto de CCAA que conforma o povo castelám. Este 2007 decidimos fazer algo duas noites antes do 23 de Abril, algo totalmente novo e experimental que nunca se figera. O Sábado 21 contamos com um concerto bastante potente, Koma, Habeas Corpus e dous grupos castellanistas, Diablo Cojuelo e Duff Hooligans além do mais de um Dj. Ao dia seguinte começamos desde a tardinha com jogos autóctones casteláns, projecçom de vídeos de luitas no nosso povo, teatro, exibiçom de graffitis, breakdance, concerto de hip hop, contaremos com o cantautor catalám Cesk Freixas e com os mexicanos Vantroi e outros grupos. Entre ambos os concertos há actos políticos de Yesca e de convidados; este ano será a juventude basca criminalizada e companheir@s de okupas de Alcorcom. O dia 23 de Abril há umha marcha até o monólito, monumento erigido em homenagem aos comuneros que é quando mais pessoal de todas as idades acode à vila. Há que apontar que dezenas de toldos abrem desde o 22 pola noite e em muitas delas haverá diferentes actividades e concertos.

YESCA recolhe a testemunha das Juventudes Castellanas Revolucionárias. Qual é o balanço que fazedes destes anos de luita juvenil?

Yesca surge como mais um passo na construçom do movimento popular castelám. Vários motivos figérom com que déssemos um novo nome à organizaçom, em parte para evitar o lio da "sopa de letras" que supom ver só siglas e nom conhezer o seu significado real, e a mudança levou-se a cabo há exactamente um ano. A nossa organizaçom leva 15 anos trabalhando em diferentes frentes e em diferentes localidades e ainda que somos um colectivo nom mui numeroso e nom instaurado na maioria das cidades do nosso povo temos ganhado muitas luitas e desenvolvido campanhas com grande sucesso. Sabemos que hoje por hoje estamos semeando para que o movimento comece a crescer e desde a humildade seguiremos nesta linha de trabalho. É polo tanto lógico que só vejamos o castellanismo revolucionário avançar numha direcçom, face adiante e em constante crescimento ainda que com mais lentidom da que desejariamos.

Actualmente quais som os reptos de YESCA?

Comprendemos que a unidade do nosso povo é indispensável. Dividida em cinco comunidades autónomas, Castela perdeu grande parte da sua conciência nacional em favor do espanholismo, o regionalismo e o provincialismo. É por isto polo que em Castela se carece de umha coesom no social e político. Por outra parte, Yesca é um colectivo feminista, antifascista, ecologista, juvenil, internacionalista e autogestionário, além de revolucionário. Assim pois, os nossos ámbitos de trabalho estám em relaçom com os problemas da juventude castellana, já sejam o machismo e o patriarcado, a emigraçom, a inacessibilidade a umha vivenda e trabalho dignos, a especulaçom, o capitalismo, a monarquia ou a destruiçom do nosso meio ambiente.

A nossa consolidaçom em Castela passa pola criaçom de assembleias nas distintas cidades e povos da nossa terra. Só assim poderemos coordenar um eixo a nível nacional para dar resposta as nossas carências e inconvenientes no social, no económico e no cultural.

Viva Galiza Livre!
Viva Castela Comunera!

Imagem dos actos em Vilhalar em 2006

Imagem dos actos em Vilhalar em 2006

Cartaz dos actos de Yesca

Cartaz dos actos de Yesca