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Actualizada em
14/01/14
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Novo número do Combate, vozeiro do Grupo de Base de Trasancos

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Agosto de 2008

Nos dias prévios ao 24 e 25 de Julho, o Grupo de Base de Trasancos editou o terceiro número do seu vozeiro comarcal, o Combate.

Nas suas secçons habituais, a publicaçom da conta das últimas actividades do Grupo de Base e das campanhas nacionais, com especial destaque para a IV Jornada de Rebeliom Juvenil e a mobilizaçom do Dia da Pátria convocada por Causa Galiza.

A ediçom do vozeiro coincidiu também com a celebraçom do Festival da Terra e da Língua que, como cada ano, a Fundaçom Artábria organizou no Moinho de Pedroso. Aproveitando esta nova ediçom do Festival, o Combate entrevistou a Óscar Peres Vidal, membro da Directiva da Fundaçom Artábria, na que reflexiona sobre os quase dez anos de andaina do colectivo e dos reptos que se lhe apresentam no futuro.

Polo seu interese, reproduzimos a entrevista, como sempre a espera de poder oferecer-vos os conteúdos completos do vozeiro na nossa página web.

Entrevistamos a Óscar Peres Vidal
Combate nº 3

COMBATE. A Fundaçom Artábria é umha entidade bem conhecida, nom só na cidade e na comarca, mas em todo o País. Ainda assim gostávamos que nos definisses em poucas palavras o projecto.

OPV. Bem, a Artábria actual nasce no ano 98, quando a associaçom matriz, que existia desde 92, decide dar um passo à frente na socializaçom dos seus objectivos normalizadores, criando um espaço físico de referência para o galego e a cultura nacional, à margem das instituiçons e aberto à participaçom dos movimentos sociais da comarca. Essa era a ideia, e continua a ser 10 anos depois.

COMBATE. Quais som as orignes do colectivo?

OPV. Como che dizia, a Associaçom Reintegracionista Artábria tinha umha trajectória de seis anos realizando cursos, campanhas reivindicativas, de denúncia, etc, na comarca de Trasancos. Foi a necessidade de conseguir umha maior penetraçom e influência social que nos levou a abrir um centro social monolíngüe. Nom só os inícios fôrom difíceis. Quem trabalha nos movimentos sociais de base sabe que nom é fácil subsistir e avançar, mas a Artábria conseguiu fazê-lo durante todos estes anos, ao ponto de servir de referência para outros muitos projectos similares que fôrom nascendo um pouco por toda a Galiza.

COMBATE. Da mao dos Centros Sociais e outras organizaçons e colectivos, o reintegracionismo tem tomado o protagonismo da luita em defesa da língua e tem conseguido levar à rua o conflito. Que opinades da saúde do movimento normalizador e que julgades que representam os Centros Sociais?

OPV. A saúde do movimento normalizador nom é a necessária para enfrentar um desafio da importáncia da recuperaçom do nosso idioma nacional. Nom existe suficiente tensom normalizadora, e só quando se produzem agressons directas como a que representou ultimamente 'Galicia Bilíngüe' é que se dá resposta. Mas o certo é que o movimento de centros sociais é umha novidade importante na última década, servindo para trazer a língua, nas mais diversas manifestaçons culturais, à primeira linha do trabalho social. Além disso, tenhem a virtude de nom dependerem das instituiçons, o que é sempre mui saudável dadas as pretensons controleiras que elas costumam ter.

COMBATE. De entre todas as actividades que organizades ao longo do ano, destaca o Festival da Terra e da Língua. Que objectivos procurades com o Festival?

OPV. Quando se pujo em andamento, em 2001, a pretensom era levar a actividade da Artábria fora das portas do centro social, ir ao encontro da gente através de umha proposta de lazer e reflexom. Para isso, pensamos que os festivais que no Verao inçam a paisagem galega era um bom meio e, tendo em conta a importante participaçom de pessoal de Narom na Artábria, achamos que esse concelho, o segundo maior da comarca, era um bom lugar para complementar o trabalho anual do centro social, que tem a sua sede em Ferrol. Achamos que foi um acerto e que, ano a ano, está a servir nom só para promover a festa e a produçom musical em galego, mas também para fomentar o debate em torno de problemáticas concretas com é, na ediçom deste ano, a das agressons ao território.

COMBATE. A campanha nom logrou o seu objectivo, a iniciativa da Artábria para dedicar o Dia das Letras Galegas de 2009 a figura de Carvalho Calero contou com um amplo apoio. Como valorizades a iniciativa?

OPV. Achamos que sim atingiu o objectivo, já que sabíamos que era mui difícil que dedicassem o Dia das Letras a Carvalho, dado o sectarismo que caracteriza a Real Academia Galega. O objectivo era duplo: dar a conhecer a importáncia de Carvalho Calero, reivindicando-o na sua cidade natal, e deixar em evidência que as instituiçons actuais nom trabalham a bem do País, nem querem construir umha comunidade lingüística normalizada. A eleiçom de Ramón Piñeiro ratifica a linha errática e sectária da RAG, incapaz de reconhecer a importáncia de Carvalho porque em vida denunciou o papel neo-regionalista das instituiçons autonómicas e dos seus apêndices, entre eles a própria RAG. Hoje mais sectores sociais sabem o que essa academia representa e comprovárom que a figura de Carvalho Calero continua a ser indigerível polos académicos da autonomia.

COMBATE. Além do Festival e da campanha para dedicar o Dia das Letras a Carvalho Calero, que outras actividades desenvolvedes?

OPV. Podemos salientar o apoio à música galega, servindo o nosso local de ponto de difusom através de numerosos concertos de todos os estilos; também fazemos um modesto labor editorial, apoiando no último ano, por exemplo, a publicaçom do Manual Galego de Língua e Estilo; cedemos as nossas instalaçons para actividades de outras entidades da comarca; organizamos debates, conferências e outros eventos culturais...

COMBATE. Acaba de cumprir-se um ano de governo de PSOE e IU ao frente do Concelho de Ferrol, após quatro anos de governo de PP e IF. Qual é relaçom que mantivestes com o Concelho nestes últimos anos e que esperades deste novo governo?

OPV. Em geral, a Fundaçom Artábria mantém distáncia com as instituiçons, sem que isso signifique renunciar a colaborar em aquilo que podamos coincidir, pontualmente. Tampouco renunciamos a pedir ajudas económicas a que, como entidade com presença nesse concelho (e noutros da comarca) nos correspondem. No caso do actual governo de Ferrol, tenhem colaborado connosco no relativo à campanha de Carvalho Calero, e nós participamos também no Conselho Municipal de Língua, junto a outras entidades e pessoas... o que esperamos, como sempre, é um verdadeiro compromisso institucional com o idioma, o que continua sem verificar-se no caso de Ferrol.

COMBATE. Pola nossa parte nada mais. Se quederes comentar mais algo, agora é o momento...

OPV. Só aproveitamos a oportunidade para convidar o pessoal que ainda nom nos conheça a vir polo centro social e participar nas actividades que organizamos.