BRIGA, organiza�om juvenil da esquerda independentista

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Actualizada em
14/01/14
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Entrevistamos Maulets, el jovent independentista revolucionari

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Agosto de 2010

Com o intuito de dar a conhecer a realidade política e social que rodeia à juventude independenstista catalá organizada em Maulets, el jovent independentista revolucionari oferecemos-vos umha interessante entrevista que da boa mostra dos os seus reptos, das suas reflexons, actividades e dinamismo.

Que a desfrutedes!

BRIGA. Para muit@s jovens galeg@s sodes já umha organizaçom juvenil conhecida mas gostariamos de poder aprofundar um bocado no contexto político e social que acompanhou ao nascimento de MAULETS. Poderiades achegar-nos um repasso da vossa génese e do vosso desenvolvimento como organizaçom juvenil?

MAULETS. O ano passado celebramos o 20º aniversário do nosso nascimento como organizaçom. Durante estes vinte anos fôrom muitas as campanhas e os acontecimentos que nos marcárom como movimento e que configurárom a nossa luita. Foi na assembleia fundacional em 1988 numha vila da Garrotxa onde se decidiu tomar o nome de Maulets como próprio, em homenagem a esses camponeses que durante a Guerra de Sucessom integrárom as guerrilhas antibourbónicas no Pais Valencià e nas que viamos reflectido o nosso compromisso polas liberdades nacionais e sociais do nosso povo.

Cumpre remarcar também momentos como os da Assembleia Nacional de 1999 em Berga, onde se fraguou a uniom com as JIR, outro colectivo juvenil e independentista que existia no nosso pais por aquel tempo e que deu como resultado Maulets, el jovent independentista i revolucionari, a organizaçom que hoje em dia integramos e que mira ao futuro com o repto de outra uniom no horizonte; referimo-nos ao actual processo de confluência com a CAJEI e no qual estamos depositando todas as nossas confianças para criar umha única organizaçom juvenil e revolucionária dos Països Catalans.

Por outra banda, fôrom muitas as campanhas que realizamos durante estes anos e também os acontecimentos que as geraçons de Maulets vivírom, tanto tristes como alegres. Algumhas das campanhas com melhores lembranças por todo o que apreendemos e conseguimos fôrom, por exemplo, a defensa da horta de Benimaclet (València) ou outra contra as ETT. Também como decimos, tocou-nos viver momentos tristes como o assassinato do nosso companheiro Guillem Agulló em Abril de 1993 a maos do fascismo, mas também outros ledos como a satisfacçom que seguramente todas e todos sentírom quando liberárom a nossa companheira Nuria Cadenes depois de quase 6 anos em prisom.

Todo isto som exemplos dos acontecimentos que nos fôrom configurando como colectivo. Agora podemos dizer com orgulho que depois destes 20 anos contamos com umha organizaçom forte e coesionada que conta com quase 50 assembleias repartidas por todo o nosso território e que durante todo este tempo mantivemos com dignidade os nossos princípios.

B. O passado 10 de Julho um milhom e meio de pessoas manifestárom-se polas ruas de Barcelona em protesto contra a sentença do Estatut. Que valorizaçom fazedes como jovens revolucionári@s e independentistas desta mobilizaçom?

M. Sem dúvida, a manifestaçom do passado 10 de Julho foi das que fam história, isso ninguém o pode negar, mas ainda assim nom há que deixar-se levar polas valorizaçons em triunfo e devemos ponher um pouco os pés sobre a terra.

A respeito do l´Estatut de Catalunya, achamos que os próprios catalans demostrárom saíndo à rua que está morto e soterrado. Aos autonomistas saiu-lhes o tiro pola culatra.

A decisom adoptada polo Tribunal Constitucional deveria ser a mostra definitiva para todos aqueles que ainda crem em estatutos dentro do suposto marco democrático da Constituiçom, onde nada é possível de atentar contra a indisolúvel unidade de Espanha.

Desde Maulets e desde a Esquerra Independentista sempre digemos bem claro que os estatutos de autonomia nom permitiram nengum avanço sustancial porque o próprio marco estatal nom lho permite e dessa prisom nom há nengumha saída possível que nom seja derrubar os muros e rachar com as cadeias para berrar bem forte que a independência é o único caminho que nos pode fazer livres.

B. Na actualidade estades a desenvolver umha campanha nacional sob a legenda de “No pagarem les vostres crisis”, contra as diversas crises que estam a confluir no capitalismo. Qual é a reflexom que fazedes ao respeito e que tipo de actividades estades a desenvolver?

M. A campanha “No pagarem les postres crisis” decidimos ponhe-la em marcha fai um tempo para tentar dar respostas desde umha perspectiva nacional e de classe aos problemas mais directos que como jovens percebiamos ante estas crises do sistema. Desde o princípio esta campanha enfocou-se desde a teoria e a praxe. Por um lado havia que formar a nossa militância sobre esta situaçom actual e sobre como se chegara até ela. Por isso foi necessária a organizaçom de escolas de formaçom. Nelas analisavamos de que jeito o sistema actual estava esgotado e como nom poderia recuperar-se da actual cojuntura se nom era derivando face formas de control mais autoritárias e regressivas em quanto a direitos.

Desde Maulets pensamos que é necessário que desde as organizaçons da esquerda real tomemos a iniciativa, propondo um novo modelo de relaçons sociais mais livres e justas que ponham às pessoas e nom aos benefícios no centro do taboleiro. É por isso que actualmente estamos trabalhando para que a greve geral do próximo 29 de Setembro tome a necessária direcçom de demandar umha muda real na sociedade, mais alá de denunciar as mesuras regressivas propostas pola patronal e o governo com a conivência dos sindicatos amarelos.

A nível mais prático também levamos às ruas esta campanha mediante acçons destinadas a assinalar aos culpáveis da crise como o encadeamento que protagonizamos na sede central da Caixa em Barcelona no momento no que se figérom as injecçons de crédito aos bancos. Também destacamos o que chamamos Abril Roig (Abril Vermelho), quatro semanas de acçons conjuntas com a CAJEI adicadas a chamar à juventude a participar das mobilizaçons do 1 de Maio e durante as quais se realizárom acçons contra bancos e caixas, sindicatos amarelos, gabinetes do INEM, empresas de Trabalho Temporal e partidos políticos.

B. O Rebrot é um dos eventos de MAULETS que conta com maior difusom fora das fronteiras dos Països Catalans. Gostariamos que nos explicassedes mais polo miúdo em que consiste e por que achades que é umha ferramenta de grande utilidade para a organizaçom juvenil da que fazedes parte?

M. O Rebrot, l´aplec de jovens dels Països Catalans, é um encontro juvenil que vimos organizando desde fai uns nove anos na cidade de Berga, excepto a ediçom de 2007 que trasladamos a Argentona que resultou ser um ponto de inflexom para este evento.

Desde a sua primeira ediçom até esta à que nos referimos o Rebrot nom variava demasiado do que se conhece como um festival de música. Durante o dia havia actividades políticas e formativas como palestras ou obradoiros, mas nom podemos enganhar-nos, o peso e principal atractivo do festival consistia nos concertos da noite, onde nos esforçavamos por trazer grandes cabeças de cartaz que nos garantizáram um cheio até a bandeira. Por suposto, pola nossa parte havia grandes inversons de dinheiro para a sua organizaçom e os jovens deviam pagar um bilhete a um preço elevado para poder assistir aos concertos.

Desde a experiência do 2007 começamos um processo de reflexom sobre o Rebrot e as conclusons às que chegamos foi que deviamos mudar radicalmente o seu formato. Dimo-nos conta de que apostar por um festival de música que ainda que supostamente tivera um conteúdo revolucionário finalmente reduzia-se a que miles de jovens se drogáram (com dogras legais ou nom) e deixáram o seu dinheiro no balcom o que nom era mais que reproduzir um esquema de ócio capitalista e que, por tanto, havia que girar o enfoque do Rebrot 180 graus.

A ediçom do ano passado foi a pioneira no novo formato do Rebrot. Agora trata-se de um encontro juvenil onde a componhente musical segue existindo mas nom se lhe da umha importância principal dentro do programa. Agora procuramos uns actos centrais temáticos como o deste ano: “Alternativas juvenis às crises do capitalismo” com actividades como palestras, obradoiros, actividades desportivas, poesia, et cètera. Todo um conjunto de actos que fai que centos de jovens passem uns dias compartilhando experiências, divertindo-se, e à vez formando-se. Durante a noite, por suposto, segue havendo concertos mas apostamos porque sejam grupos jovens e novos os que actuem de jeito que nós nom devemos arriscar grandes somas de dinheiro e eles tenhem a oportunidade de promocionar-se. Agora, todas as actividades som gratuítas, de jeito que ninguém tem excusa económica para nom assistir, além de integrar o Rebrot muito mais no povo de Berga e na comarca.

Os resultados tanto do ano passado como desta última ediçom som muito satisfatórios porque estamos demostrando que é possível fazer um encontro juvenil de grande qualidade como o Rebrot de jeito gratuíto e sem invertir grandes somas económicas, à vez que apostamos por um modelo de ócio alternativo alonjado dos esquemas do sistema.

Outro aspeito que estamos potenciando com este novo formato de Rebrot é o de tentar organizar um encontro internacionalista onde organizaçons juvenis e revolucionárias de outras naçons se deam cita para compartilhar experiências e poder tender laços. Por suposto, a juventude galega estades convidadíssim@s a participar da seguinte ediçom!

B. Em que outras actividades estades centrad@s neste momento?

M. Agora mesmo conseguimos ter diferentes campanhas em marcha como por exemplo a da “No pagarem les vostres crisis”, a qual nom se para e segue tentando à juventude catalá tome consciência graças a actividades como palestras e acçons. Também nestes meses de verao nos quais muitas das nossas vilas celebram as suas maiores festas, tentamos ter presença nelas com postos alternativos ou actividades dalgum tipo porque somos conscientes do adequado cenário que representam à hora de estender a nossa mensagem entre a juventude e para oferecer-lhes um ócio que vaia mais aló do convencional.

Por outro lado, a raiz da sentência do Estatut o passado Julho impulsárom-se multidom de acçons no território da Comunitat Autonoma de Catalunya para dizer bem alto que nengum estatuto nos fará livres, que a única sentência pola que apostamos é a da independência. Também, com o 11 de Setembro (o dia nacional de Catalunya) bem perto, trabalhamos na organizaçom de umha diada combativa junto com o resto das organizaçons da Esquerra Independentista.

Som muitos também os materiais que vimos editando. Desde fai um ano voltamos tirar ao prelo com umha periodicidade semestral a nossa revista “Em marxa”, a qual já existia em anteriores temporadas. Também editamos fai pouco e no marco da campanha “No pagarem les vostres crisis” o documental “Obrint lEsquerda”, no qual se explica de jeito mui didactivo e singelo as principais claves das crises do sistema. De igual forma, estamos a ponto de publicar um livro que já existe na sua versom digital com os relatos e as poesias que nos achegárom para o certamem literário do Rebrot.

Tampouco esquecemos as campanhas de apoio as nossas campanheiras e companheiros repressaliad@s como por exemplo a que exige a absoluçom dos dous jovens de Manresa acusados de tirar abaixo um touro de Osborne e para os que pidem 8 dias de prisom por negar-se a pagar a pena de multa que se lhe impunha.

B. No acto político da VI Jornada de Rebeliom Juvenil de BRIGA MAULETS e CAJEI participárom lendo de jeito conjunto umha saudaçom que nos emocionou a tod@s por ter-vos animado a falar em galego. Como se ve desde os Paisos Catalans a ofensiva espanholista na Galiza? Qual é a situaçom do idioma catalám na actualidade?

M. Estamos mui contentos de participar do acto político da vossa Jornada de Rebeliom Juvenil. Compartilhar esses momentos com vós ajudou-nos a achegar-nos um pouco mais à realidade galega. Desde os Països Catalans somos conscientes desta ofensiva espanholista e observamo-la com preocupaçom mas também nos lembra à vivimos nalgumhas partes do nosso território, como o País Valencià. Igualmente tranquiliza-nos ver como nom se lhes deixa campar as suas anchas e como a resposta popular está presente, porque quanto mais forte seja a repressom que nos venha acima, mais contundente será a nossa resposta, tanto na Galiza como no nosso pais.

Com respeito à situaçom da nossa língua actualmente, a situaçom é complexa. Socialmente é umha língua muito falada, apesar das diferenças territoriais e das clássicas dicotomias entre as áreas urbanas e as rurais, mas ainda fica muito por ela. O facto de que o nosso pais esteja dividido em quatro administraçons autonómicas e em dous estados provoca que o apoio institucional que se lhe de-a seja muito diferente. Ao igual que na Galiza, a maior parte dos ataques contra a língua dam-se no ámbito da escola, com declaraçons como as do Conseller de Educaçom da Generalitat Valenciana fai pouco afirmando manter umha linha educativa em valenciano era demasiado custosa ou o facto de que é muito complicado estudar o bacharelato no nosso idioma em muitas zonas do Pais Valenciano. Por nom falar da educaçom superior, onde com os novos graus do EEES a oferta para estudar em catalam reduziu-se muitíssimo, tal e como já denunciou o Sindicat d´Estudiants dels Països Catalans.

Em Catalunya ainda que o apoio institucional é maior, também há muito por fazer, especialmente a respeito das pessoas recém chegadas ao nosso pais para viver. É neste aspeito no que se viviu o último caso de intromissom espanholista, esta vez por parte do defensor do povo, abrindo um recurso contra a actual Lei de Acolhida que aposta porque às pessoas migradas se lhes ensine o catalam.

Por outra parte, na Franxa de Ponent (território da comunidade autónoma de Aragom) o catalam ainda nom é oficial mália que é falado por mais do 80% da populaçom e a sua presença oficial é limitadíssima. Ademais, na escola só existe como matéria optativa. É por tanto o território do nosso país onde existe um contraste mais elevado entre a vitalidade do idioma e a sua situaçom legal.

Outra situaçom remarcável é a da Catalunya nort, a zona da nossa naçom baixo administraçom francesa, a qual sufriu em grau mais alto as políticas de substituiçom lingüistica do jacobinismo francês desde o século XVIII que transformárom todo o catalam em algo simplesmente folklórico. Ainda assim, há indícios para a esperança, como a crescente demanda de ensinança bilingüe em catalam e francês que se registrou nos últimos cursos e que nom pode ser absorvida pola falta de professorado ou também iniciativas como Rádio Arrels. Ainda assim, os factores negativos para a língua seguem pensando e a sua nom oficialidade deixa-a numha situaçom muito débil legalmente e limita as iniciativas para a sua recuperaçom.

B. Pola nossa parte mais nada. Se queredes aportar algo mais somos todo ouvidos.

M. Simplesmente enviar umha forte saudaçom internacionalista a Galiza para desejar-vos sorte ante os novos reptos que o caminho vos prepara. Juntos venceremos esta prisom que nos oprime!